
Brincar é preciso...
01/08/2012 20:18EU ESTOU AQUI, VAMOS BRINCAR UM POUCO!
A temática da infância vem despertando minha curiosidade já faz algum tempo. Minha prática pedagógica no âmbito da Educação Física, tanto em relação à escola quanto em espaços diferenciados, tem sido atraída por essa aventura lúdica que é trabalhar e se envolver com crianças. Talvez a criança que ainda habita em mim se identifique muito com elas e sinta saudade de brincar com elas, assim como muito brinquei na minha infância. Seguidamente ela me chama: “psiu, eu estou aqui, vamos brincar um pouco!
Mas não é tarefa fácil aceitar seu convite, pois a fase adulta, nesse nosso mundo governado pelas relações econômicas, é considerada a fase mais importante da nossa vida por ser a fase economicamente mais produtiva e eficiente. “O homem estabeleceu que a fase adulta é o grande momento da vida humana. A infância é esperança do futuro. A velhice é a decadência que se mantém das memórias do passado.” (Santin,1994,p.21)
Brincar é considerado, muitas vezes, coisa do passado, do tempo em que éramos criança. Um tempo muito diferente, distante até, se insistirmos em seguir esse tempo cronológico, mas um tempo que temos que ouvir e reviver. Mais do que isso, temos que trazê-lo para nossa vida e assumi-lo como um passado presente.
Dessa forma, o convite que faço aqui é discutir temas relacionados à infância, principalmente em relação ao ambiente escolar, sem deixar de escutar essa criança que habita em nós e nos chama, pois ela sim entende de brincar.
INICIANDO A BRINCADEIRA
Minha mãe mandou eu escolher esse daqui... Mas como sou teimoso...
Escrever e refletir sobre a brincadeira, sobre a criança, sobre a infância, passa também, e principalmente pelo relembrar e reviver meus tempos de traquinagens e bagunças, meu tempo de infância. Mexe com sentimentos nem sempre tão presentes, meio enferrujados e cobertos de poeira talvez, mas à espera de um vento mágico que os impulsionem novamente para o céu onde antes movimentavam-se com toda liberdade do mundo, sem limites. Brincar com esses assuntos, seria mais adequado. Não importa! Importa que seja poético, estético, prazeroso, alegre e que assim como me desequilibra também seja um desequilíbrio para aqueles que lêem.
Parto da idéia de que para investigar o brincar é importante não analisá-lo somente pelos olhos de adultos que não mais brincam. É imprescindível fazer um corte no meu próprio tempo cronológico e assim despojar-me da seriedade adulta para poder emaranhar-me nos mistérios que envolvem a brincadeira, mesmo sabendo que esses mistérios se tornarão cada vez mais misteriosos à medida que neles adentrarmos.
Grande parte dos estudos que a tem como objeto são motivados por fatores alheios ao próprio brincar. Mas por que se brinca? “Porque sim”, provavelmente diria uma criança. “Para a criança o brinquedo tem um valor em si mesmo. Ele não tem uma motivação externa. Brincar é brincar, e não fazer alguma coisa.” (Santin, 1994,p.22) Preocupada com a relação criança-brincadeira-infância proponho-me justamente a estudar o brincar.
Dessa forma meu foco de interesse é o brincar, considerando-o como uma atividade fundante da nossa humanidade, quase como uma segunda natureza. Irei abordar a brincadeira através de alguns elementos sócio-históricos, analisando mais especificamente sua presença na escola, trazendo a contribuição de alguns autores de diferentes áreas. Da Educação Física dialogam conosco Silvino Santin e Nelson Marcellino. Mas falar sobre a brincadeira no ambiente escolar requer também considerações sobre a escola, seu papel, a disciplina, o controle, sua relação com a sociedade e para ajudar-me nestas questões trago as contribuições de Michel Foucault e Mariano Enguita. Também não poderiam faltar os clássicos Walter Benjamin e Philipe Àries com suas reflexões sempre atuais sobre o brinquedo e a criança.
Não tenho a preocupação em radiografar a escola, elencando e categorizando todos os espaços em que a brincadeira está presente, mas proponho trazer elementos empíricos do cotidiano escolar de forma ilustrativa, auxiliando nas reflexões e diálogos com os autores. Trabalhar esses elementos empíricos como dispositivos do pensamento sobre o brincar de forma que interajam com os autores e possam indicar novos caminhos para pensarmos a temática. Trata-se mais de perceber as manifestações da brincadeira na escola do que responder perguntas fáceis demais.
Minhas memórias de infância serão um ponto de partida para a compreensão dos sujeitos brincantes e os significados atribuídos ao brincar, sempre colocando-me também numa perspectiva brincante. Considero importante trazer algumas recordações do meu tempo de infância, para reavivar em mim e também no leitor, aquelas sensações, aquele “gostinho” especial de brincar sem limites, aquele tempo maravilhoso. Essas recordações acompanham o meu refletir/viver o tema que estou propondo, até porque elas são parte de mim, são marcas.
O estudo da brincadeira na escola vem de encontro a idéia de que ela deve interagir com a criança falando a sua linguagem, que é o brincar, e também de a transformarmos em um lugar onde a plena vivência da infância seja possível. Em que espaços a brincadeira manifesta-se? Como isso acontece? Nos recreios?
Nas salas de aula? Quem brinca? Com que intenção? Quais os significados da brincadeira na escola? Em que outros espaços fora da escola os sujeitos brincam?
Muitas perguntas. Talvez menos respostas do que gostaríamos. Reflexões e mais dúvidas. Diálogo com autores e com o cotidiano escolar.
Escrevo como uma professora de Educação Física que trabalha em duas escolas da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre – Escola Cidadã. Em uma delas trabalho com adolescentes, mas é a outra escola que tomo como referência para este estudo – Escola Municipal de Ensino Fundamental Saint´Hilaire, principalmente pelos fatos de que ali trabalho mais horas e porque tenho duas turmas de pré-escola e também quatro 4ª séries. Neste ambiente tenho oportunidade de envolver-me diretamente com crianças e ali os desafios que envolvem a infância, principalmente no convívio diário com a Educação Física, parece que me procuram e me chamam de uma forma muito intensa. Procurarei refletir sobre esses desafios de forma quepossam ajudar-me a compreender minha própria postura e conflitar meus propósitos e propostas para as aulas.
Para a Educação Física, componente curricular que eminentemente trabalha com o corpo e o movimento, a brincadeira é um elemento fundamental, principalmente nas séries iniciais. Corpos alegres é o que queremos e não submissos e controlados. Como vemos a brincadeira a partir da Educação Física? Que espaço ela ocupa em nossas aulas?
Segundo Santin (1994,p.13) “...desde que a racionalidade tornou-se a única maneira respeitada das manifestações do homem, o brinquedo foi banido para os espaços periféricos da existência humana.” Envolver-me nestes espaços periféricos e analisar diferentes formas de manifestação do brincar tendo como referência principal o ambiente escolar, apoiadas por minhas memórias de infância e minha experiência com o brincar fora da escola, buscando novos olhares para a temática. Potencializar os mistérios envolvidos no brincar que só é possível se desfocarmos nosso olhar dessa racionalidade que nos acompanha.
“É preciso começar a entender o brinquedo fora das molduras da oficina ou da fábrica, fora das regras empresariais, fora das relações econômicas e fora das opressões dos resultados. Isto só acontece quando formos capazes de deixar que o brinquedo nos transforme num ser que brinca, isto é, num brincador.” (Santin,1994,p.28)
RELANCES DE MINHA INFÂNCIA
Sapata, pular corda, brincar de boneca, pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão, andar...e cair de bicicleta, subir em árvores, se balançar em cipós, pular riachos, jogar vídeo game, escorregar de meia pela
casa, brincar de casinha e comidinha, desenhar, bagunçar, inventar mil coisas, deixar a mãe louca... O lema era não ficar parado nunca! Brincar, brincar e brincar!
Essas são algumas das coisas que rapidamente relembrei, e que muito vivenciei nos meus tempos de infância. Que doce tarefa recordar esse período!!
Na monografia explorei bem mais este capítulo, pois foi importante partir das minhas próprias vivências, mas aqui, devido ao espaço, apenas passo rapidamente por elas.
Revisitando minha infância, pude perceber o corte entre as minhas experiências e aquelas que estão sendo vividas pela infância que está constituída e constituindo-se atualmente.
NAS ASAS DA BRINCADEIRA E DA INFÂNCIA
Sem dúvida brincar significa sempre libertação”, reflete Walter Benjamin (1984,p.64). Não é à toa que muitos adultos encontram na brincadeira uma forma de fugir de seus problemas e de tornar a existência menos cruel. Justamente este fato contribuiu para que o tema do brinquedo e do jogo passassem a significar mais para as pessoas depois da Guerra Mundial, como constata o referido autor:
“A banalização de uma existência insuportável contribuiu consideravelmente para o crescente interesse que jogos e brinquedos infantis passaram a despertar após o final da guerra.” (Benjamin,1984,p.64)
O fato dos adultos interessarem-se por atividades até então exclusivas do mundo infantil é relativamente recente, mas as crianças brincavam independente disso. Seu mundo de brinquedos existe independente do mundo dos adultos, só que a partir de determinado momento esse mundo tornou-se menos indiferente a eles.
O mais interessante é que os adultos começam a redescobrir brinquedos e jogos para que a sua vida pudesse ter algum significado, alguma esperança em um mundo tão embrutecido pelo caos e pela desumanidade instalados. A busca de um pouco de humanidade na vida. E esse resgate da humanidade, perdida de forma violenta no decorrer de uma guerra brutal, passa pelo resgate dos jogos e brinquedos infantis.
Essa visão do adulto com relação ao mundo infantil me chama a atenção, pois é comum referirmo-nos a essa etapa da vida como sendo a melhor que vivemos. Comentários do tipo “queria voltar a ser criança” e “como era bom ser criança” são freqüentes. Ou seja, o próprio adulto reconhece na criança e na infância elementos que fazem falta na sua vida. Apesar disso a sua vida continua atravessada pela seriedade. Santin (1994,p.23) coloca que o impulso lúdico existente na vida da criança faz falta na vida do adulto. E não é uma questão do adulto deixar de ser adulto, voltar a agir como se tivesse três, quatro, oito, dez anos, mas sim permanecer cultivando aquele elemento lúdico que o acompanhava desde cedo.
Também Ariès (1981), nos traz um quadro de crescente valorização da criança e da infância, desde a existência de um infanticídio tolerado que persistiu até o fim do século XVII, até a organização da família em torno da criança nos séculos XIX e XX.
O referido autor coloca a própria visão de infância distinta da vida adulta, como uma invenção da modernidade. A criança era misturada ao mundo dos adultos tão logo isso fosse possível, tão logo ela não necessitasse mais cuidados especiais.
A duração da infância era reduzida a seu período mais frágil, enquanto o filhote do homem não conseguia bastar-se; a criança então, mal adquiria algum desembaraço físico, era logo misturada aos adultos, e partilhava de seus trabalhos e jogos. (ARIÈS,1981)
Da mesma forma, o sentimento da família em relação aos filhos não era tão intenso como acontece hoje em dia. "A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade." (Ariès, 1981)
Assim podemos observar a importância com que o tema apresenta-se nos dias de hoje. Essa modificação com relação à valorização da criança coloca-se como um desafio. Atualmente os vínculos afetivos estabelecidos com os filhos são muito maiores, a ponto da vida familiar girar em torno deles. Boa parte do orçamento é revertida em seu benefício. Educação, brinquedos, passeios, compras. Não é raro os pais deixarem de comprar ou fazer coisas para si para poderem satisfazer os desejos desses pequenos seres que tanta alegria trazem. Mas o desafio está colocado mesmo assim, pois se nossas crianças ganharam em afeto, em valorização, em tornarem-se insubstituíveis, também estão expostas ao nosso tumultuado e desorientado mundo.
Percebemos uma mutação da infância, mas que não tira o significado da brincadeira. Até porque seguimos brincando, mesmo adolescentes, adultos, idosos, ainda que a sociedade não permita. Temos que produzir! Lembramos ou somos lembrados disso constantemente, mas sempre sobra espaço para escapar da seriedade, desde que esse seja realmente o desejo!
Mas mesmo trabalhando com a idéia de que a brincadeira não é exclusiva do mundo infantil, é na infância, mesmo que cada vez mais reduzida, que o brincar aparece com força total. A criança tem a permissão de brincar. É socialmente aceitável e permitido à criança brincar. Tanto que é brincando que ela conhece o mundo. Brincar é estabelecer relações. Com o objeto, com o outro, com e sobre o adulto, com o ambiente, tanto reais quanto imaginários. Para Friedmann (1998) “a brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças.”
Essa interação da criança com o adulto através da brincadeira nos interessa muito, pois, na escola é dessa forma que trabalhamos. Estamos constantemente tentando estabelecer relações que sejam significativas tanto para elas quanto para nós.
Benjamin (1984,p.43) também nos traz uma visão da infância que me pareceu muito interessante. É a infância enquanto campo de batalha onde reina a paz. Não é um período no qual a criança vive sem conflitos ou é aquela criatura doce em todos os momentos.
Brincar é conhecer e conhecer-se. E todo conhecimento é conquistado de forma muito trabalhosa, alegre também, porém trabalhosa. E se a criança começa a conhecer o mundo pela brincadeira, então esse conhecer também não é muito fácil. Realmente constitui-se em um campo de batalha! Um campo de batalha onde ela enfrenta os inimigos com alegria. Alegria de descobrir a vida, descobrir um mundo maravilhoso e cruel, como ela própria é também.
Quando falamos em criança temos a tendência de lembrar daquela figura doce e amável e muitas vezes esquecemos a sua faceta cruel e maquiavélica. Lembramos que elas brincam, e esquecemos que também brigam, são egoístas e cruéis. É um lado da infância que mereceria ser muito mais explorado.
Certamente brincar é uma experiência ímpar de vida. Um dia eu estava na fila do supermercado depois de um dia inteiro de trabalho, quando uma cena me chamou a atenção. Três crianças, já grandinhas, deveriam ter entre 6 e 8 anos, brincavam na volta de um poste de dizer “oi” e “tchau” umas para as outras, assim como seguidamente brincamos com os bebês e crianças bem pequenas, numa espécie de esconde- esconde. Nada de extraordinário até aqui, mas as crianças brincavam com tanta alegria, com tanto envolvimento, divertiam-se tanto com algo tão simples que não pude descobrir o que as motivava.
Independente das carrancas dos adultos elas continuavam fazendo uma algazarra daquelas.
Talvez a própria disposição lúdica das crianças fosse o fator desencadeante. Aqueles corpos emanavam uma ludicidade imensurável à minha frente, e para Santin (1994,p.89), “corpo lúdico é o da criança que faz coisas não produtivas.” Corpos que não se preocupam com o que vai acontecer depois, e sim com o momento que está sendo vivido.
O lugar mais adequado para se apreender o lúdico, sem dúvida, é o mundo da criança. O grande laboratório onde ocorre a química lúdica, o grande palco onde se constroem as grandes cenas de ludicidade tem como cientistas e como atores as crianças. (Santin, 1994,p.88)
Na infância é fácil desencadear a brincadeira. Qualquer motivo leva a uma brincadeira e uma brincadeira puxa a outra. Mesmo crianças em condições de vida difíceis e até mesmo não humanas, encontram espaço para brincar. Caso dos meninos que estavam recolhendo latas de alumínio dos lixos do Parque da Redenção, em Porto Alegre, num domingo, as quais depositavam como se fossem cargas muito preciosas em seus super caminhões turbo, que para mim mais pareciam caixas de papelão puxadas por uma cordinha.
Na criança, a capacidade de entregar-se ao brinquedo está muito mais presente que nos adultos. A criança não reluta em entregar-se, ela transforma o mundo inteiro em seu próprio mundo do brinquedo sem hesitar. Na verdade está sempre procurando algo que possa transformar em brinquedo, e para isso utiliza e muito sua imaginação.
Muitas vezes algum adulto vê uma criança brincando com algum objeto qualquer e esquecendo que também possui asas na sua imaginação não se contém e pergunta o que ela está fazendo. A criança pode nem responder a pergunta, pois o seu brinquedo é mais importante. Pode também responder com certa raiva que está brincando com um posto de gasolina, oras! E pode também convidá-lo para brincar junto. Nunca sabemos o que vai acontecer quando estamos tratando desses pequenos seres que tanto desequilíbrio nos proporcionam. Eu gosto muito de observar as crianças brincando nos lugares por onde passo. E seguidamente as vejo nas asas da brincadeira e da imaginação!
OI ESCOLA! MUITO PRAZER, EU SOU CRIANÇA!
Qual o significado da escola na vida das nossas crianças? Como é passar boa parte da infância nesta instituição? Estamos respeitando a infância dentro da escola ou em nome da produtividade estamos privando nossos alunos das vivências lúdicas? Ou de que forma estamos proporcionando essas vivências lúdicas?
A relação entre a escola e a plena vivência do mundo infantil deve ser profundamente explorada no contexto educativo, pois não é possível fragmentar essas duas esferas de um mesmo mundo – escola e infância. A criança é criança em qualquer parte, portanto na escola também deve ser tratada como tal.
Mas a escola oferece espaço para a criança ser criança? A escola fala a linguagem da criança, que é o brincar? Como a escola dialoga com a criança?
Brincar só na hora de brincar. Essa frase encontrei escrita numa sala de aula, junto com outras regras estipuladas para a turma, como fazer silêncio, escutar o professor e não brigar. A escola estipula o horário onde a brincadeira pode existir e onde ela não se encaixa. O controle do comportamento é fundamental. E fundamental é a seriedade desse comportamento.
É desse ponto que enfoco meu olhar na escola buscando rastros que me levem à brincadeira e à cultura lúdica existentes. Se uma das normas de uma das turmas é brincar só na hora de brincar, então podemos partir da suposição de que tal atitude não é permitida em qualquer hora e em qualquer lugar. Bom, então as crianças devem deixar de ser crianças em determinados momentos. Já em outros, previamente estipulados, elas podem manifestar suas intenções lúdicas. A escola é uma instituição disciplinar, que como tal, submete o brincar as suas regras. Na escola existe também hora de brincar, e se existe hora de brincar, então existe hora para a criança ser criança. Ela precisa deixar de comportar-se como criança para poder aprender. Aprender a obedecer ordens e regras, principalmente.
Se o tema deste trabalho é a brincadeira na escola, então fazem-se extremamente necessárias reflexões sobre a escola enquanto uma instituição disciplinar, que tem objetivos nem sempre tão explícitos e nobres assim.
Não podemos enxergar a escola como uma instituição com fins exclusivamente nobres. A origem da escola de massas nos indica outras direções, como a preparação da criança e do jovem para o trabalho disciplinado. Surge da necessidade de ocupar desocupados que poderiam causar problemas sociais e também como uma ferramenta na preparação de pessoas com disciplina para enfrentar a jornada de trabalho sem causar problemas, para suprir a crescente demanda da sociedade industrial emergente nos séculos XVIII e XIX. Outro aspecto importante da origem da escola de massas é a intenção de homogeinização cultural, principalmente para o caso dos imigrantes. O papel realizado por estes no processo de industrialização dos Estados Unidos onde a assimilação da população às novas relações industriais aconteceu principalmente por meio da escola. “A escola foi o mecanismo principal de sua “americanização”, com o encargo de apagar seu passado, suas tradições culturais e sua língua, convertendo-os em cidadãos da nova pátria.” (Enguita, 1992,p.121)
O instrumento idôneo era a escola. Não que as escolas tivessem sido criadas necessariamente com este propósito, nem que já não pudessem ou fossem deixar de cumprir outras funções: simplesmente estavam ali e se podia tirar bom partido delas. (Enguita, 1992,p.114)
Na Idade Média já existia um setor crescente da população que vivia marginalizada das relações de produção, que eram mendigos, vagabundos e órfãos. Foram criados então para as crianças órfãs os orfanatos, já com a preocupação de ocupar esta parcela da população e transformar-se em um obstáculo contra o seu ingresso no mundo dos latrocínios e delitos graves.
Entretanto foi o desenvolvimento das manufaturas que converteu definitivamente as crianças na guloseima mais cobiçada pelos industriais: diretamente, como mão de obra barata, e indiretamente, como futura mão de obra necessitada de disciplina. O momento culminante dos orfanatos e, em geral, do internamento e disciplinamento das crianças em casas de trabalhos e outros estabelecimentos similares foi o século XVIII. (Enguita,1992,p.129)
A partir desse momento o foco da escola de massa passa a ser mais que a instrução dos alunos e passa ao disciplinamento destes para que futuramente possam fazer parte da força de trabalho.
Se os meios para dobrar os adultos iam ser a fome, o internamento ou a força, a infância (os adultos das gerações seguintes) oferecia a vantagem de poder ser modelada desde o princípio de acordo com as necessidades da nova ordem capitalista e industrial, com as novas relações de produção e os novos processos de trabalho. (Enguita, 1992,p.113)
A escola exige comportamentos específicos, tanto de professores quanto de alunos. Muitos professores são completamente diferentes quando não estão no ambiente escolar. Parece que a sua presença naquele lugar exige deles que sejam outras pessoas enquanto ali estão. Eu me sinto assim! E isso me angustia muito, pois podemos concluir que passamos boa parte do nosso tempo não sendo nós mesmos. O quadro pode não ser tão radical assim como estou pintando, mas eu me sinto constantemente lutando contra nosso enquadramento na rígida estrutura escolar, mas o monstro me parece tão grande! E o sinal da escola sempre soa para me lembrar que tudo é controlado, principalmente o tempo.
Neste ambiente controlado, medido e organizado a brincadeira aparece como uma forma de resistência. Um elemento que consegue escapar da rigidez de qualquer espaço pois está na própria postura de quem brinca. Na minha escola existem câmeras que vigiam os corredores, mas os alunos adoram passar por ela abanando, fazendo sinais e dizendo bobagens, já que somente a imagem chega até a sala da direção.
A criança ao entrar na escola não tem a disciplina dos horários e tarefas. Este ano estou trabalhando Educação Física com duas turmas de pré-escola e pude presenciar desde o início o processo de adaptação realizado. Nas primeiras semanas o horário de permanência na escola é reduzido e muitos pais ficam juntos.
Muitas crianças choram, não querendo ficar sem a mãe com aquelas pessoas que naquele momento ainda lhe são estranhas. Neste período as atividades são mais livres, podem brincar à vontade. Aos poucos, regras vão sendo estabelecidas e uma rotina começa a ser construída. E ao longo do ano pude perceber que é dada tamanha importância a essa rotina que ela acaba ficando automatizada nos alunos. Quando acontece alguma coisa diferente do que estão acostumados eles tratam logo de corrigir, “professora, não é assim que a gente faz, é assim”.
A rotina dessas turmas de pré-escola basicamente é organizada da mesma forma todos os dias. Entram em fila com a professora e na sala de aula fazem a rodinha, onde a professora fala sobre o que vai acontecer naquele dia e pergunta sobre o que fizeram ou sobre algum problema existente na turma. Depois da rodinha é hora de trabalhar um pouco, até a hora do lanche. Após o lanche vem o momento mais esperado do dia, a pracinha. Ali ficam durante o recreio, as duas turmas juntas, brincando livremente. Depois do recreio mais trabalhinhos e um pouco de brinquedo. Também é importante salientar que cada turma tem duas aulas de Educação Física e duas aulas de Arte-educação por semana distribuídas nesta rotina. E sempre que possível as crianças estão inventando alguma brincadeira.
Nas conversas que tenho com as professoras, posso perceber que realmente atribuem grande importância à brincadeira para a criança e trabalham sempre com temas que sejam do interesse delas e de uma forma lúdica. "A criança deve ser criança também na escola", me disse uma delas. Mas a construção da rotina também é um dos pontos fundamentais para essas turmas. Aprender que existe hora de brincar e existe hora de estudar.
Com uma das turmas da pré-escola tenho aula nos dois primeiros períodos da segunda-feira e tenho o costume de antes de começar qualquer atividade perguntar como foi o fim de semana deles, se brincaram bastante, se já estavam com saudades da escola. A maioria sempre responde que brincou muito e sempre ouço várias histórias das aventuras do fim de semana. Do que brincaram? “De boneca. Com minha prima.
Joguei futebol. De pegar.” E também respostas do tipo “fui passear com minha mãe e meu pai” e uma que me chamou a atenção pois o aluno disse que não tinha brincado muito porque tinha ajudado o pai no trabalho.
"Só brinquei isso aqui", disse, fazendo com a mão o sinal de que tinha brincado só um pouquinho. Outro aspecto relevante é a utilização de brincadeiras e de jogos com objetivos didáticos, como meios para se chegar a algum lugar. Se por um lado tal prática é interessante porque torna a aprendizagem agradável e prazerosa ao aluno, por outro lado também descaracterizam de certa forma a da brincadeira.
Durante o Conselho de Classe de uma das turmas de 4ª série uma mãe levantou a importância das professoras mandarem tema para os alunos resolverem em casa. Uma outra mãe preocupou-se com o fato de que se isso realmente acontecesse, seu filho teria menos tempo para brincar, pois o mesmo seria ocupado com as tarefas escolares. Bela preocupação!
Falar sobre a brincadeira na escola remete necessariamente à uma reflexão sobre os corpos que vivem e convivem nesse espaço. Corpos brincantes que desde muito cedo são obrigados a horas e horas de estudo, muitas vezes de uma forma não tão agradável assim. Corpos submetidos a horas a fio sentados e imobilizados em suas classes. Corpos que esperam o recreio e as aulas de Educação Física com uma ansiedade quase que incontrolável. Isso é um fato! Corpos que emanam uma agitação inversamente proporcional à vontade do professor, que é a de corpos silenciosos e prestativos. Corpos dóceis!
O RECREIO
Ah, o recreio!! Este curto momento da escola merece atenção especial. Nele podemos perceber um sem número de vivências lúdicas de iniciativa das próprias crianças. É verdade também que acontecem brigas e “correrias”, mas são, muitas vezes episódios isolados, envolvendo sempre determinados sujeitos, e que abafam a multiplicidade de jogos e brincadeiras que nele ganham vida. Ganham vida através dos sujeitos brincantes, que esperam ansiosos por esses 15 ou 20 minutos de liberdade, que voam nas asas da alegria, do movimentar-se à vontade, da imaginação e no tempo.
No recreio nenhum adulto manda, ainda que existam pessoas responsáveis por controlar esse espaço também. Mas esse olhar sempre presente, no recreio afasta-se um pouco e interfere somente no momento em que acontece algum tipo de tumulto envolvendo brigas.
Na escola que tomei como referência para este estudo, o recreio tem características muito distintas de acordo com o turno. Pela manhã, a escola trabalha em sua maioria com crianças da pré-escola até 3ª série, já na parte da tarde, a maioria dos alunos é de adolescentes e pré-adolescentes da 4ª até a 8ª séries.
O recreio da manhã é agitadíssimo. Correrias para todos os lados, brincadeiras que fundem-se umas nas outras. As meninas reclamam, indignadas, que por causa da correria elas não conseguem pular sapata no recreio, pois sempre tem alguém passando pelo jogo delas.
Pela tarde, a galera já está mais preocupada em namorar e cuidar os gatinhos e gatinhas, então o recreio é um pouco mais calmo.
No decorrer desse estudo, perguntei para vários de meus alunos das 4ª séries sobre o recreio. A pergunta era bem simples: o que vocês fazem no recreio? As respostas não variaram muito, ficando em dois grupos. Um deles é o daqueles alunos que não fazem nada, ficam conversando ou passeando pelo pátio, que não é muito grande, proporcionalmente ao número de alunos que têm o recreio ao mesmo tempo. O outro grupo inclui os alunos que responderam que brincam durante o recreio. “Brinco.” “A gente brinca.” “Fico brincando.” De Quê? Resposta quase unânime – pega-pega. Menino pega menina ou vice-versa, pegador paralítico. Para mim, nada de novo. Parece-me natural que crianças que ficam praticamente três períodos inteiros sentadas queiram correr bastante nesses minutos de liberdade. Um detalhe interessante é o fato dessas mesmas brincadeiras serem muitas vezes refutadas por eles nas aulas de Educação Física.
O recreio, no entendimento da maioria das crianças, seria um espaço para libertar-se, uma outra dimensão dentro da escola, ainda que determinado pelo tempo, mas no Conselho de Classe de uma 4ª série, falou-se que essas turmas só correm no pátio e que deveriam procurar brincadeiras mais paradas.
Mas...espera um pocuo! Parados eles estão sempre dentro de aula. Será que o recreio não é um dos únicos momentos em que ainda é permitido brincar livremente? Até quando?
A violência no recreio é uma queixa constante. Brigas, correrias, machucados, empurrões. Um dos alunos perguntados sobre o recreio respondeu-me que “brinca de empurrar as gurias”. Mas foi o único, pois nenhum dos outros fez comentário sobre brincadeiras do tipo.
Existem até escolas que trabalham com a proposta de recreios dirigidos, onde professores coordenam atividades e oferecem brinquedos para os alunos.
Mas esse clima tenso que existe nos recreios pode ser também a percepção dos adultos, dos professores. Um olhar de quem não brinca. O caos reinando em uma instituição que prega a ordem e silêncio.
Existem excessos, mas para os alunos tudo está sob controle.
O recreio dos alunos da pré-escola é na pracinha. Isso quando não chove, pois quando o tempo não permite a saída eles ficam dentro das salas de aula, muito a contragosto, brincando com os jogos de montar, bonecas e bonecos, desenhando ou correndo. Sempre que chove alguém pergunta: hoje não vai ter pracinha, né? Com uma carinha triste!
A pracinha em si, não tem nada de mais, ao menos para mim. Quando está vazia até parece meio abandonada pois os brinquedos estão sem cor, alguns estragados até. Mas quando as crianças chegam, a pracinha se transforma, ou as crianças transformam ela! Existe vida pulsando. Existe barulho. Existe movimento. Existem conflitos. Existem brincadeiras.
No primeiro dia em que fui fotografar a criançada nessa pracinha causei um tumulto. Era um tal de “olha eu” e “tira uma foto de mim”, que até fiquei tonta. Eles adoraram a minha presença naquele espaço que é “o mais deles” que existe na escola, e eu adorei passar o recreio com eles. Surgiu até, das profundezas criativas de uma delas, o Homem Balde. Este ser, vindo do nada, disse “Não me chamo mais Gabriel! Agora sou o Homem Balde!”
Já a versão adulta para a pracinha é bem diferente! Na festa do Dia das Mães de uma das turmas da pré-escola, depois dos comes e bebes tradicionais, as crianças foram liberadas para ir para a pracinha, seu pequeno paraíso dentro da escola. As mães corujas, espécime que nunca vai entrar em extinção, foram também, claro! Uma exclamação chamou-me a atenção: “Então é aqui que eles se sujam!”
MAS POR QUE SE BRINCA? PORQUE SIM...
Brinca-se porque sim! É inquietante essa afirmação, pois como podemos aceitar uma resposta tão simples, que aparentemente não diz nada, ao mesmo tempo em que está dizendo tudo. Brincar é o princípio adotado, sem que precisemos explicar o porquê ou o para que brincamos. As crianças não fazem teorias das suas brincadeiras, elas brincam. Brincar é o ato supremo. Enigmático. Inexplicável. Tão fundamental quanto o ar que respiram.
Na busca de elementos que pudessem enriquecer o trabalho, tentei conversar com alguns alunos sobre assunto relacionados ao brincar, mas ficaram apenas como tentativas pois não conseguia obter muitas respostas. Estas geralmente eram monossilábicas, desacompanhadas de qualquer explicação maior, ou até mesmo negando que brincavam, quando na verdade o observado era completamente diferente. A criança não tem necessidade de explicar porque ela brinca e não tem muita disposição para falar sobre o assunto. Mas se o assunto for brincar...
Ao menos aprendi que brincando nós conseguíamos estabelecer uma comunicação muito melhor, e mais divertida também. Se o tema estudado apresenta-se como um enigma a nossa frente, então o melhor a fazer é entendê-lo como um enigma.
Outra dificuldade encontrada foi trabalhar com meus próprios tempos de vida. Conflito de tempos, passado e presente, traduzido em infâncias muito distintas. A minha infância sempre presente, apesar de também ser passado e a infância atual, que com roupagens e cores novas colocou-se a minha frente. Conflito que perpassa todo o trabalho, ora exalando certo saudosismo, ora entendendo os movimentos da infância no decorrer do tempo.
Apesar de tantas mudanças, existem algumas brincadeiras que atravessam os tempos e mesmo que sofram algumas modificações continuam fazendo sucesso entre a garotada. Posso trazer alguns exemplos da escola onde trabalho. A perna de pau. A sapata. Pular corda. Brincadeiras que são muito solicitadas nas aulas de Educação Física e que tem meu total apoio. Muitas vezes um aluno mais quietinho não se sente à vontade para participar das atividades do grande grupo, então pede uma perna de pau para brincar, mas a partir daí começa a interagir com um e com outro e enfrentar desafios consigo mesmo e sua relação com os colegas melhora visivelmente.
A brincadeira está presente nas aulas de Educação Física, seja utilizada com outros fins que não o próprio brincar, seja como um espaço de livre expressão da ludicidade. Mas entendendo o brincar como princípio, qual é o papel dos professores de Educação Física?
O que posso perceber é que nas aulas de Educação Física a brincadeira flui de uma forma mais livre. Talvez pelo fato de os corpos estarem em movimento, ou pelo menos, mais livres para o movimento. Muitas vezes eu me questiono se as aulas de Educação Física para os “pimpolhos” da pré-escola devem ser tão dirigidas assim, se devemos nós, professores sempre propor a brincadeira. Às vezes me sinto como se estivesse invadindo um mundo que é deles e até mesmo o modificando.
Minha proposta de trabalho para as duas turmas de pré-escola nas aulas de Educação Física é centrada na brincadeira. Através desta forma de interlocução possibilitar intercâmbios entre os alunos, valorizando suas diferenças num processo de mútuo crescimento nos diversos movimentos possibilitados pelo estar brincando. Tenho preocupação com o desenvolvimento do corpo sim, mas numa perspectiva que foge daquela de trabalhar os aspectos estritamente relacionados à motricidade como fins e objetivos das aulas. Para mim, a riqueza de experiências propiciadas durante as atividades lúdicas é muito maior, está relacionada com o desenvolvimento do ser humano enquanto ser humano, em relação com outros seres humanos. O que passa inclusive pelo desenvolvimento corporal, se é que podemos desmembrar assim as pessoas.
A minha idéia é uma Educação Física em forma...com a alegria. Alegria de experimentar corpos livres e prazerosos ao estar interagindo com os colegas. Alegria de expressar-se sem medo e sem criar as barreiras que nós adultos já trazemos arraigadas em nosso ser.
Já para os alunos da 4ª série, muitas vezes ao propor alguma atividade não utilizo o termo brincadeira. Vamos fazer um jogo! Se uso o termo brincadeira, é possível que não seja bem aceito pois “é coisa de criança”. Até mesmo na pré-escola algumas crianças não querem brincar, querem jogar futebol, na quadra, com times, goleiro e tudo mais que têm direito.
Mas voltando ao considerar o brincar como uma postura de vida, como um princípio, também devemos percebê-lo em outros momentos e não apenas naqueles que visivelmente chamamos de brincadeira.
O desafio é vivê-lo em todos momentos possíveis, tanto no jogo de futebol quanto na sala de aula. Os alunos sabem viver assim! Mesmo que briguem durante o jogo de futebol, como seguidamente acontece, depois quando estão voltando para a sala de aula já estão brincando um com o outro novamente.
Ao professor cabe a sensibilidade de criar espaços onde essa postura de vida possa ser estimulada e desenvolvida, e não posta de lado e substituída por outros valores.
Para finalizar, mas não concluir, gostaria de dizer que particularmente me sinto muito feliz por ter escolhido a temática da brincadeira. Feliz porque em contato mais próximo com ela pude também entender-me um pouco mais. E isso é muito gratificante pois de que adianta um trabalho se ele não significa nada para o autor, se não modifica nada na sua vida. Se não traz alegria...e dor a sua vida.
Fica comigo a sensação de ter dito muitas coisas, mas aquela sensação de que poderia ter dito muito mais também está presente. Com certeza é um tema que não se esgota por aqui e constantemente cruza conosco em nosso dia-a-dia, nos desafiando sempre.
Uma coisa é clara para mim. Por mais que estudemos e desenvolvamos teses sobre o brincar, nada supera o próprio ato de brincar. Ele sempre vai dizer muito mais por si mesmo e sempre vai puxar o tapete que pensávamos estar bem firme sob nosso pés. As crianças sempre vão continuar dando respostas para perguntas que ainda nem fizemos e sempre encontrarão suas próprias respostas para os desafios desse mundo que há muito esqueceu como se brinca. Sempre vão continuar Brincando à Beça!
(Pimpolhos é o termo carinhosamente utilizado para designar os alunos da pré-escola, já que são os menores do colégio.)
AUTORA: Susana Peterson, Especialista em Educação Física Escolar ESEF/UFPel - Profª Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre-RS
FONTE: "https://lisane.pro.br/Disciplinas/pos_jogos/Artigos/Brincar%20e%20preciso.pdf"
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